sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Seitas e Heresias - A MAÇONARIA

A MAÇONARIA



A Maçonaria é um assunto sobre o qual praticamente todas as pessoas gostariam de ler, mas sobre o qual pouquíssimas têm a coragem de escrever e comentar abertamente. Um misto de ver¬dade e mitos sobre a Maçonaria tem feito surgir grande inquieta¬ção entre os não-maçons. Algo como uma presença temficante permeia a alma do não-maçom que se aventura a estudar e questi¬onar a Maçonaria.


Apesar de tudo isso, tomei a decisão de escrever este capítulo sobre a Maçonaria, e o fiz partindo de dois princípios: 1) Se a Maçonaria arroga a si o direito e o poder de impor medo às pesso¬as, não merece o respeito dos não-maçons, e 2) se a Maçonaria busca o respeito dos não-maçons, então não tenho por que temê-la. Nada mais lógico, não acha?


Abordarei a Maçonaria estritamente do ponto de vista das Escrituras, e à luz da questão da legitimidade ou não do cristão filiar-se a essa entidade.


I. O QUE É A MAÇONARIA?


A Maçonaria é uma sociedade secreta e ritualística, incluindo em sua filosofia a auto-salvação do homem. É paga quando anali¬sada à luz das Escrituras Sagradas. Ainda que não seja uma igreja como conhecemos, constitui-se num movimento religioso e sincretista.


1.1. RESUMO HISTÓRICO DA MAÇONARIA


Alguns historiadores afirmam provir a Maçonaria dos antigos mistérios pagãos religiosos do velho Egito e da antiga Grécia. Outros admitem que ela tenha se originado por ocasião da cons¬trução do templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, rei dos israelitas (1082-975 a.C), e apontam como fundador, Hiram Abif, suposta arquiteto do citado templo.


A maioria dos escritores maçons, porém, é de opinião que a Maçonaria deve sua origem e existência a uma confraria de pe¬dreiros, criada por Numa, em 715 a.C, que viajava pela Europa e mais tarde construiu basílicas. Com o passar dos tempos, porém, essa sociedade perdeu o seu caráter primitivo e muitas pessoas estranhas à arquitetura nela foram admitidas.


1.2. SÍMBOLOS DA MAÇONARIA


Apesar da aceitação de pessoas estranhas à arquitetura na Maçonaria, instrumentos da arte de construir foram conservados como símbolos, dentro da entidade. Entre os instrumentos da simbologia maçônica, destacam-se: o compasso, a régua, o esqua¬dro, o nível, o prumo, o escopo, o malhete, a alavanca e tantos outros usados pelos mestres da arquitetura.


O esquadro significa a necessidade de o maçom afastar-se de tudo aquilo cujo nível esteja em desacordo com a Sabedoria, Força e Beleza, palavras de grande significado dentro do vocabulário maçônico. Ele significa, outrossim, que o maçom deve regular a sua conduta e ações, sobretudo como tributo ao supremo Grande Arquiteto do Universo, que os maçons dizem ser Deus.

O nível ensina que todos os maçons são da mesma origem, ramos de um só tronco e participantes da mesma essência.



O prumo é o critério da retidão moral e da verdade, que ensi¬na o maçom a marchar, desviando-se da inveja, da perversidade e da injustiça.


Segundo a orientação maçônica, todos os maçons têm o dever de ensinar e praticar essas virtudes, e outras mais, conforme a ori¬entação dos mestres da Maçonaria.


1.3. A TRILOGIA MAÇÔNICA


Sabedoria, Força e Beleza são três palavras de efeito cabalístico no vocabulário maçônico. Formam como que uma tríplice virtu¬de. Segundo esta trilogia, o maçom precisa levar em consideração a Sabedoria, para conduzi-lo em seus projetos; a Força, para sustentá-lo em suas dificuldades; e a Beleza, para revelar a delica¬deza dos sentimentos nobres e fraternais do verdadeiro maçom.


1.4. OBJETIVOS DA MAÇONARIA


A Maçonaria alega ter como objetivo a busca da Verdade, o estudo da Moral e da Solidariedade Fraternal. Diz trabalhar para o aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, a fim de que os seus componentes sejam mais felizes ou menos sofredo¬res, graças a uma maior compreensão mútua, pela prática constan¬te da Fraternidade.


Tem por princípio a tolerância e o respeito recíprocos, sem impor dogmas ou exigir subserviência espiritual, concedendo aos seus adeptos amplo direito de pensar e discutir livremente. Con¬sidera as concepções metafísicas como sendo de domínio exclu¬sivo da apreciação individual dos seus membros, não admitindo afirmações dogmáticas que não possam ser debatidas racional¬mente.


Tem por divisa "Liberdade", "Igualdade" e "Fraternidade", e por lema "Justiça" — "Verdade" e "Trabalho". Os seus compo¬nentes devem esforçar-se para se aprimorarem espiritualmente, devotando-se à prática do bem, sem ostentação; não por vaidade, e sim como imperioso dever de solidariedade humana. Auxiliar o próximo não é um favor e sim o cumprimento de um dever. O maçom trai o seu juramento quando perde uma oportunidade de praticar o bem. O que para muitos "profanos" é um ato meritório, para o maçom é um dever imperioso, sagrado.


A Maçonaria considera seu principal dever estender a toda a humanidade os laços fraternais que unem os maçons dos diversos ritos dispersos pela superfície do Globo. Recomenda aos seus adep¬tos a propaganda pela palavra oral, pela escrita e pelo exemplo de seus ensinamentos, sem distinção de raça, nacionalidade ou reli¬gião. O essencial é que o homem creia; que acredite em um Ser Supremo. Se o indivíduo é ateu, é um descrente; cumpre ao maçom mostrar-lhe o caminho da crença, fazer-lhe ver que não podemos viver sem ter confiança, sem acreditar em um Ser Supremo, Deus, um Deus bondoso, perfeito, justiceiro, que sabe perdoar.


Os maçons têm por dever, em todas as circunstâncias da vida, ajudar, esclarecer e proteger os seus irmãos, defendendo-os contra as injustiças dos homens. Embora haja vários ritos na Maçonaria, um maçom deve tratar fraternalmente outro maçom como irmãos que são, sem procurar inteirar-se do seu rito, ou da obediência a que pertence. Considera o trabalho como um dos deveres essenci¬ais do homem honrado, tanto o manual como o intelectual.


II. INICIAÇÃO MAÇÔNICA


Não é maçom quem quer e sim quem pode ser.


"O maçom é obrigado por seu caráter a obedecer à lei moral e, se devidamente compreende a Arte, não será jamais um estúpido ateu nem um libertino religioso. Embora nos tempos antigos os


maçons fossem obrigados a pertencer à religião dominante no seu país, qualquer que fosse ela, considera-se hoje muito mais conve¬niente obrigá-los a professar apenas a religião que todo homem aceita, deixando cada um livre em suas opiniões individuais, isto é, devem ser homens probos e retos, de honra e honradez, qual¬quer que seja o credo ou denominação que os distinga." (Da Cons¬tituição de 1723, feita por Anderson.)


2.1. O CANDIDATO A MAÇOM


No seu livro O Que E a Maçonaria, diz A. Tenório d'Albuquerque: "A Maçonaria só deve admitir em seu seio quem é livre e de bons costumes, quem dispõe de recursos financeiros e tem qualidades morais consideráveis e um grau de instrução que lhe permita compreender, interpretar as belezas incomparáveis que a Maçonaria apresenta, os seus elevados fins humanitários e o seu simbolismo."


2.2. A PROPOSTA DE FILIAÇÃO


O candidato, em linguagem maçônica denominado profano, assina uma proposta de filiação à Maçonaria. O proponente é o padrinho.


Na proposta, o profano é obrigado a declarar quanto ganha mensalmente, nome, profissão, estado civil, grau de instrução, re¬sidência, procedência, etc. Haverá casos em que será exigida a apresentação de atestado de bons antecedentes fornecido pela au¬toridade competente.


Recebida a proposta, três maçons são indicados, pelo Venerá-vel (Presidente) da Loja, para fazer sindicância em torno da vida do profano. Essas indicações devem ser feitas sigilosamente e sem que um saiba quais os outros indicados. Cada um recebe uma fo¬lha de sindicância, já impressa, com um questionário sobre a vida do profano. A sindicância deve ser feita com o maior rigor possí¬vel, investigando-se os antecedentes do candidato, os seus hábitos, se tem vícios, o conceito em que é tido na sociedade, o seu grau de instrução, se tem algum defeito físico incompatível com a Maçonaria.

É um meio de selecionar os elementos, de não permitir o in¬gresso na Maçonaria de pessoas destituídas de condições impres¬cindíveis.



Como se vê, não é maçom quem deseja e sim quem pode ser, isto é, quem dispõe de certa soma de requisitos morais, intelectu¬ais e financeiros.


2.3. O PROCESSO DE INICIAÇÃO


Uma vez satisfeitas as exigências pelo pretendente a maçom, é marcada a cerimônia de iniciação do candidato.


O "profano" começa por ser introduzido a um lugar retirado em que deve despojar-se de todos os objetos de metal: dinheiro, decorações, armas, jóias, etc. Levam-no, em seguida, para uma sala isolada, chamada "Câmara de Reflexão". É um lugar sinistro. As paredes são completamente negras e, como decoração, apre-sentam esqueletos, cabeças de mortos e lágrimas como as que se vêem nas cortinas funerárias. Vêem-se, também, uma foice, um galo e uma ampulheta, todos de grande significado dentro da Ma¬çonaria.


Na parede estão gravadas reflexões solenes, dentre as quais se destaca a seguinte: "Se perseveras, serás purificado pelos Elemen¬tos; sairás do abismo das trevas e verás a Luz".


A pessoa que conduziu o neófito à sala de reflexão tira-lhe a venda dos olhos e diz: "Breve passareis para uma vida nova... Respondei por escrito às questões que vos são apresentadas e fazei o vosso testamento".


Este testamento não é a disposição de seus bens depois de sua morte, mas um testamento filosófico, no qual ele renuncia sua vida passada; é um ato pelo qual se dispõe a outras concepções, a uma vida que se harmoniza com os dados novos.


Prosseguindo a cerimônia de iniciação, o neófito é levado a despojar-se de uma parte de suas vestimentas. A perna de sua cal¬ça é erguida alto do lado direito e a meia abaixada de maneira que o joelho direito esteja descoberto. O pé esquerdo está completa¬mente descalço. O braço esquerdo e o peito desnudo. O profano tem novamente os olhos vendados e é conduzido para a porta da Loja que está fechada. Vai em busca da Luz.


Apresentam ao neófito um malhete, com o qual dá três rápi¬das pancadas na porta. Com as pancadas a porta se abre, mas o profano é detido pelo Guarda do Templo, que só lhe permite a entrada quando o irmão que o conduz lhe faz a apresentação: "É um profano em estado de cegueira, que deseja ser indicado nos Augustos Mistérios da Maçonaria".


O candidato se aproxima da mesa do Venerável Mestre, que o convida a refletir novamente sobre a gravidade do passo que pre¬tende dar, e insta para que se retire, se ainda não possui suficiente decisão; se o profano insiste em ser recebido, o Venerável Mestre ordena-lhe que se ajoelhe e pronuncia uma oração.


2.4. Os JURAMENTOS


Dependendo do rito em que o neófito está sendo iniciado (seja o Escocês, Adoniramita, ou Francês), ele será levado a fazer jura¬mentos.


2.4.1. RITO ESCOCÊS


O neófito tem o joelho direito em terra, os olhos vendados, a mão esquerda sobre o coração, a direita sobre a Bíblia, a espada, o compasso e a esquadria. A um golpe de malhete todos os presen¬tes ficam em pé e o neófito repete o seguinte juramento:


"Eu, E, juro e prometo, de minha livre e espontânea vontade, sem constrangimento ou coação, sob minha honra e segundo os preceitos de minha religião, em presença do Sup.: Arq.: do Univ.: que é Deus, e perante esta assembléia de MMaç.: solene e sinceramente jamais revelar os mistérios, símbolos ou alegorias que me forem explicados e que me forem confiados, senão a um Maç.: regular ou em Loj.: regularmente constituída, não podendo revelá-los a prof.: nem mesmo a MMaç.: irregulares, e de nunca os escre¬ver, gravar, bordar ou imprimir, ou empregar outro qualquer meio idêntico, pelo qual possam ser conhecidos; de cumprir todos os deveres impostos pela Maçon.: com minha pessoa e bens: de res¬peitar as mulheres, filhas, mães ou irmãs de Maçons; de reconhe¬cer como de fato reconheço, por único chefe da Ordem, no Brasil, o Supr.: Cons.: do Gr.: Or.: brasileiro, ao qual guardarei inteira e fiel obediência, bem como aos Deleg.: e a todos os atos dele ema¬nados direta ou indiretamente. Se eu faltar a este juramento, ainda mesmo com medo da morte, desde o momento em que cometa tal crime, seja declarado infame sacrílego para com Deus e desonra¬do para com os homens. Amém. — Amém. — Amem".


2.4.2. RITO ADONIRAMITA


Neste rito, no momento em que o neófito vai prestar seu jura¬mento, o Venerável brada: "Irmão sacrificador, apresente ao pro¬fano a taça sagrada, tão fatal aos perjuros".


O neófito bebe um gole e o Venerável dita o seguinte jura¬mento:


"Juro guardar o silêncio mais profundo sobre todas as provas a que for exposta minha coragem. Se eu for perjuro e trair meus deveres... consinto que a doçura desta bebida se converta em amargor e o seu efeito salutar em mortal veneno".


2.4.3. RITO FRANCÊS


Neste rito o neófito profere o seguinte juramento, de joelhos, por duas vezes:


"Juro e prometo sobre os estatutos gerais da Ordem e sobre esta espada, símbolo de honra, etc, etc. Consinto, se eu vier a perjurar, que o pescoço me seja cortado, o coração e as entranhas arrancadas, o meu corpo queimado, reduzido a cinzas, e minhas cinzas lançadas ao vento, e que a minha memória fique em execração entre todos os MM.: O Gr.: Arq.: do Univ.: me ajude!"


III. MAÇONARIA E RELIGIÃO


Muito se tem perguntado: Será a Maçonaria simplesmente uma associação beneficente formada por homens de bem, ou é ela mais uma religião disfarçada?


3.1. A MAÇONARIA É RELIGIÃO


Que a Maçonaria é religião, dão provas os seus escritores e grandes mestres. Atente para as seguintes asseverações:


• "A Maçonaria não é, pois, uma simples instituição filantró¬pica e social: é uma ciência, uma filosofia, um sistema moral, uma religião" (Estudos Sobre a Maçonaria Americana, p. 25, A. Preuss).


• "Filha da ciência e mãe da caridade, fossem todas as institui¬ções como tu, ó Santa Maçonaria, e os povos viveriam numa idade de ouro. Satanás não teria mais o que fazer na Terra e Deus teria em cada homem um eleito" (A Maçonaria do Centenário 1822-1922, Antônio Giusti, p. 33).


• "A reunião de uma Loja Maçônica é estritamente religiosa. Os dogmas religiosos da Maçonaria são poucos, simples, porém funda¬mentais. Nenhuma Loja pode ser regularmente aberta ou encerrada sem oração" (The FreemasonsMonitor, I.S. Weed, p. 284).


• "A Maçonaria é a religião universal porque abrange todas as religiões e o será enquanto assim fizer. E por esta razão, unica¬mente por ela, que é universal e eterna" (Antiga Maçonaria Místi¬ca Oriental, p. 67).


3-2. MAÇONARIA E SALVAÇÃO


O escritor maçom L.U. Santos, na sua obra intitulada Litera¬tura Maçônica Contemporânea, edição de 1948, página 32, escreveu: "Somente a Maçonaria é capaz de redimir a humanidade, meus irmãos".


A salvação maçônica fundamenta-se na prática das boas obras que o homem possa praticar. Por isso a Maçonaria estimula os seus adeptos a progredir até atingirem um padrão moral tal que, ao morrerem, estejam em condição de habitar na glória.


IV. O CRENTE E A MAÇONARIA


Fazendo nossas as palavras de Jesus Cristo, o Mestre da Galiléia, quando disse: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mt 22.21), queremos dizer que não nega¬mos à Maçonaria os benefícios que tem proporcionado à humani¬dade. Não podemos negar o que ela tem feito em benefício de nossa Pátria, e a contribuição que deu à nossa independência, à extinção da escravatura, à secularização dos cemitérios, à regula¬mentação do casamento civil, à proclamação da República, ao ensino leigo e à separação entre igreja e Estado.


Em geral, os maçons são homens dotados das mais destacadas qualidades morais e sociais. São bons cidadãos e exemplares pais de família, porém, as boas qualidades de seus adeptos não fazem a Maçonaria uma instituição sagrada e intocável quando tem de ser analisada à luz da Bíblia Sagrada e da moral pregada e vivida por Jesus Cristo.


Apesar disto, surge a pergunta: O crente pode ser maçom? Certamente que não; e me permita dizer por que assim creio:


4.1. A MAÇONARIA É UMA INSTITUIÇÃO PAGA


O ensino de que a Maçonaria se originou na construção do templo de Salomão é uma afirmação suspeita e sem fundamento. Por exemplo, o pastor presbiteriano e maçom Jorge Buarque Lira, em seu livro A Maçonaria e o Cristianismo, no qual defende elo¬qüentemente a Maçonaria, diz que esta teve o seu início nas religi¬ões místicas do Oriente (pp. 340,41). Albert Pike, outro conhecido escritor maçom, em seu livro Moral and Dogma of the Ancient and Accepted Scotüsh Rite, diz o seguinte:


"Embora a Maçonaria seja identificada com os mistérios anti¬gos, o é somente em um sentido qualificado, isto é, que representa uma imagem imperfeita do seu brilho; são apenas ruínas da sua grandeza e de um sistema que tem experimentado alterações pro¬gressivas, frutos dos eventos sociais, circunstâncias políticas e ambições imbélicas dos seus reformadores... A Maçonaria, a su¬cessora dos mistérios, ainda segue a antiga maneira de ensino. Quem deseja ser um maçom dedicado não pode se contentar em ouvir somente, e nem tampouco em compreender as palestras; pre¬cisa, ajudado por elas, estudar, interpretar e desenvolver estes sím¬bolos por si mesmo."


Aqui está uma das maiores autoridades da Maçonaria afirman¬do não somente o início da Maçonaria nas religiões místicas da antigüidade como também a continuação dos símbolos, ensinos e princípios de misticismo na Maçonaria hoje em dia.


Veja outro problema aqui existente. O templo de Salomão foi construído para defender o princípio de um Deus que exclui todos os outros. A leitura de 2 Crônicas deixa isto bem claro. O templo que Salomão construiu defendia a tese de um só Deus e um Deus específico, com um nome específico. E este Deus excluiu todos os outros deuses como falsos. Porém, no ritual do primeiro grau da Maçonaria, lemos o seguinte: "Como os maçons podem pertencer a qualquer religião, é de desejar que tenha sido uma das escrituras de cada fé, mas não se deve procurar impor qualquer interpretação particular do ritual a nenhum irmão da ordem".


O templo de Salomão determina: "Um só Deus, Jeová, e mais nenhum outro". O templo dos maçons determina: "Qualquer Deus, à sua escolha".


4.2. A MAÇONARIA É RELIGIOSAMENTE SINCRETISTA


É muito comum se ler e ouvir, principalmente da parte dos crentes maçons ou simpatizantes com a Maçonaria, que a Maçonaria não é religião. Evidentemente, a afirmação de que a Maço¬naria não é religião entra em choque com a asseveração da maio¬ria esmagadora dos escritores maçons sobre o assunto.


Note, por exemplo: a Maçonaria tem templos (chamados "Lo¬jas"), tem membros, tem doutrina, tem batismo, tem um deus (ou deuses) e ofícios sacramentais, cerimônias fúnebres, e tem reuni¬ões. O que mais lhe falta para vir a ser religião? É curioso que um outro ramo de misticismo, o espiritismo, também alegue não ser religião, mas uma ciência. Entretanto, uma simples declaração não modifica fatos.


Analisar todos os elementos místicos da Maçonaria e ainda assim concluir que ela não é religião é comparável a analisar um animal com as seguintes características: tem rabo de porco, patas de porco, corpo de porco, focinho de porco, cheiro de porco, mas é uma girafa. Nada poderia ser mais absurdo.


Podemos gastar toda a nossa vida proclamando que maçã é tomate, contudo maçã continuará sendo maçã e tomate continuará sendo tomate. Uma simples conclusão, por espantosa e fantástica que possa parecer, não muda em nada a realidade dos fatos e a natureza das coisas.


O fato é simples: a Maçonaria, para muitos dos seus adeptos, é, em todos os sentidos, uma religião, mas não a religião centrali¬zada em Jesus Cristo, embora incorporando alguns dos ensinos de Jesus nas suas doutrinas, como faz a maioria das religiões falsas. Jorge Buarque Lira, em sua defesa da Maçonaria, no seu livro A Maçonaria e o Cristianismo, não esconde o fato de que "o que a Maçonaria não admite é que as doutrinas de Cristo com referência à vida de além túmulo, bem como qualquer doutrina sobre esse assunto, sejam pregadas nos seus templos".


Cabe, pois, perguntar: Um templo onde é proibido falar sobre a ressurreição de Jesus Cristo, a ressurreição dos santos, a vida eterna, a esperança da glória vindoura, é um templo do Deus ver¬dadeiro? É um lugar onde o verdadeiro crente se sinta bem, "em casa"? (Leia as seguintes referências bíblicas e tire suas próprias conclusões: 2 Jo vv. 7-11; Jd v. 4; 2 Pe 2.1; Gl 1.6-9; 2 Tm 4.3,4; 1 Tm 6.3-5.)


4.3. A MAÇONARIA PROMOVE A IDOLATRIA


A índole idolátrica da Maçonaria é mostrada no fato de ela admitir um tal de "São João da Escócia" ou "São João de Jerusa¬lém" como patrono, e abrir os seus trabalhos em seu nome.


Atente para o que diz Jorge Buarque Lira sobre a importância desse "santo" para a Maçonaria: "O santo que a Maç.: adotou como patrono, não é São João Batista, nem São João Evangelista, pois nenhum deles tem relação alguma com a instituição filantrópica da Maç.: É de crer — e essa é a opinião dos irmãos mais filósofos e mais conhecedores — o verdadeiro patrono é São João Esmoler, filho do rei de Chipre, que, no tempo das Cruzadas, abandonou sua pátria, renunciou à esperança de ocupar um trono e foi a Jerusalém dar mais generosos socorros aos peregrinos e aos cavaleiros.


"João fundou um hospital, onde organizou uma instituição de irmãos que cuidassem dos doentes, dos cristãos feridos, e distri¬buíssem socorros pecuniários aos viajantes que iam visitar o San¬to Sepulcro.


"João, digno já, por suas virtudes, de ser o patrono de uma sociedade que tem por um dos seus fins a beneficência, expôs mil vezes a sua vida para fazer o bem. A peste, a guerra, o furor dos infiéis, nada, em uma palavra, o impedia de prosseguir nessa bri¬lhante carreira; mas, no meio dos seus trabalhos, veio a morte cor¬tar o fio de ouro de sua existência; contudo, o exemplo de suas virtudes ficou gravado indelevelmente na memória dos seus ir¬mãos, que consideram dever imitá-lo.


"Roma o canonizou com o nome de S. João Esmoler ou S. João de Jerusalém, e os maçons — cujos templos ele tinha reedificado (depois de terem sido destruídos) — o escolheram unanimemente para seu protetor e inspirador" (A Maçonaria e o Cristianismo, p. 128).


Como é possível que um cristão se sinta bem num lugar, cujas cerimônias são iniciadas em nome de um "santo" qualquer, verda¬deiro vilipendio e desrespeito ao mandamento de Deus, que diz: "Não terás outros deuses além de mim" (Êx 20.3)?


4.4. A MAÇONARIA TEM UMA VISÃO DISTORCIDA DA HISTÓRIA


Um dos argumentos usados mais comumente no esforço proselitizante da Maçonaria é o seguinte: "A Maçonaria tem influ¬enciado decisivamente nos destinos do Brasil e do mundo". Qual a pessoa de bem que se atreveria a desconhecer isto? A Revolução Francesa foi, em grande parte, planejada e financiada pelos maçons das 600 lojas existentes na França, no final do século XVIII. Não podemos esquecer também que dois "maçons iluminados" pouco mais tarde iniciaram uma outra revolução que veio à tona em 1848, e continua tendo grande efeito no mundo até o dia de hoje. Seus nomes: Engels e Karl Marx, autores intelectuais do materialismo comunista.


Apesar de admitirmos a ação muitas vezes benéfica da Ma¬çonaria, isto não se constitui, de forma alguma, em motivo para que um crente em Jesus Cristo seja membro de tal ordem. Deus freqüentemente tem usado indivíduos e organizações para a rea¬lização dos seus planos no mundo: Ele usou o rei Assuero (um incrédulo) para livrar os judeus do extermínio. Deus usou Faraó e o governo do Egito para salvar Jacó, e seus descendentes da fome. Deus usou o rei Ciro, da Pérsia, para financiar a restaura¬ção do templo de Deus, em Jerusalém. Deus usou o governo ro¬mano para salvar a vida do apóstolo Paulo em várias ocasiões. Deus, afinal, controla tudo. Mas isto não implica que um filho de Deus deva tornar-se adepto de um movimento liderado por in¬crédulos.


Em termos de ilustração, poderemos dizer que quase todos os regimes e filosofias do passado têm realizado alguma coisa boa.


Até o nazismo de Hitler desenvolveu um carro popular ao alcance do povo comum, o conhecido Fusca. Deste modo, qualquer pes¬soa hoje pode dirigir um Volkswagen, sem ser um nazista. Os es¬píritas mantêm muitos orfanatos para cuidar de crianças abando¬nadas, isto é uma coisa muito boa, mas não é motivo suficiente¬mente forte para eu me fazer um espírita.


Visto que a maioria dos maçons não é composta de crentes, bastam as ordens explícitas das Escrituras que dizem: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14,15).


Vale reafirmar o nosso reconhecimento do fato de que a Maçonaria, em várias ocasiões, defendeu missionários e pastores dos ataques do zelo cego do clero católico-romano no Brasil. É preci¬so dizer, todavia, que o interesse da Maçonaria nisso não era tanto seu fervor evangelístico ou os ideais maçônicos, mas o fato de a Maçonaria e o protestantismo terem no Catolicismo um inimigo comum. Enquanto os primeiros missionários e pastores lutavam contra a superstição e as falsas doutrinas da Igreja Romana, a Maçonaria lutava contra a tirania do seu poder político. Desse modo, protestantismo e Maçonaria tiveram um inimigo em co¬mum. Foi isto que uniu as duas forças.


Esse fenômeno se repete freqüentemente na história. Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, uma potência ca¬pitalista, era um aliado da Rússia comunista, contra um inimigo comum — o nazismo de Adolf Hitler. Mas isto não significou em nenhum instante que os Estados Unidos capitularam a favor do comunismo.


V. NÃO! À MAÇONARIA


Se podemos crer na afirmação de Jesus de que ninguém pode servir a dois senhores, sem devotar mais atenção a um do que ao outro, haveremos de concordar com a impossibilidade de o crente ser fiel a Deus e à sua Igreja, e à sua Loja maçônica ao mesmo tempo.


Contra o envolvimento do crente com a Maçonaria, levantam-se vozes as mais respeitáveis no seio da Igreja de Cristo, dentre os quais se destacam pastores, teólogos e mestres.




5.1. DWIGHT L. MOODY


Moody, fundador da Church Moody, do Instituto Bíblico Moody e das Escolas Northfield, o mais famoso evangelista do seu século, com base em 2 Coríntios 6.14: "Não vos ponhais de¬baixo de um jugo desigual com os incrédulos", disse o seguinte sobre o envolvimento do crente com a Maçonaria:


"Deveis abandonar as sociedades secretas, se quiserdes obe¬decer a este versículo. Crentes e incrédulos se confundem ali; por¬tanto os cristãos ficam debaixo de um jugo desigual...


"Não posso compreender como um cristão, e acima de tudo um ministro do Evangelho, pode assentar-se nessas sociedades secretas com os incrédulos. Os que assim procedem afirmam que o fazem para exercer influência em favor do bem; afirmo, po¬rém, que poderiam exercer melhor influência em favor do bem, permanecendo fora delas e reprovando as suas más ações. Abraão teve mais influência para beneficiar Sodoma do que Ló. Se 25 cristãos se reúnem numa loja com 50 não-cristãos, estes poderão votar algo que lhes agrade e os 25 cristãos serão participantes dos seus pecados. Estão debaixo de um jugo desigual com os incrédulos...


"Abandonai a Maçonaria. E melhor um com Deus que mil sem Ele. Devemos andar com Deus; e se somente um ou dois nos acompanharem, tudo está bem. Não deixemos cair o pendão real para agradar a homens que amam as suas lojas secretas, ou que, tendo pecados prediletos, não os querem abandonar".


5-2. J. H. HARWOOD


Interpretando Salmo 1.1, Harwood desaconselha o envolvimento do cristão com a Maçonaria, nos seguintes termos:


"Sou e sempre fui contrário às sociedades secretas... Ao iniciar a luta pela vida, vendo a espécie de homens que pertenciam às soci¬edades secretas existentes, e as suas disparatadas parvoíces em reu¬niões públicas, e a qualidade moral dos homens que eram os seus guias religiosos, e ouvindo as suas opiniões sobre religião, sobre a Igreja de nosso Senhor e as suas reivindicações tolas — pois colo¬cam as suas instituições ao lado, ou acima, da Igreja de Cristo —, eu percebi que a sua influência era positivamente má, e essencialmente contrária à verdadeira vida religiosa ou à experiência religiosa...


"Não pude ver nenhuma vantagem que não fosse igualada ou sobrepujada na Igreja de Cristo, ou no lar... As sociedades secretas são essencialmente egoístas, limitando os seus atos beneficentes aos sócios e às suas respectivas famílias, enquanto Cristo e sua Igreja procuravam praticar o bem diretamente a todos, sem fazer distinção...


Não há lugar para a Loja ou para a sociedade secreta e privati¬va na economia que Jesus Cristo implantou".




5.3. W. J. ERDMAN


Erdman, famoso expositor da Bíblia, disse categoricamente: "Um cristão não pode pertencer a uma sociedade secreta, à qual se liga por juramento, e ser fiel à Igreja de Cristo, porque passará a ter íntima comunhão com homens, muitos dos quais não são regenerados e rejeitam a Cristo como Senhor e Salvador.


Tais sociedades criam relações artificiais e fictícias inteira¬mente estranhas ao Cristianismo, e são exóticas, quando observa¬das de um ponto de vista humanitário".




5.4. R. A. TORREY


Indagado se "Deve um cristão continuar como membro de uma organização secreta?", respondeu o doutor Torrey, escritor e evangelista mundialmente famoso:


"Não. Não compreendo como um cristão que estuda inteli¬gentemente a Bíblia, assim proceda. A Palavra de Deus diz cla¬ramente em 2 Coríntios 6.14: 'Não vos ponhais debaixo de um jugo desigual com os incrédulos, pois que sociedade pode haver entre a justiça e a injustiça, ou que comunhão tem a luz com as trevas?'


"Todas as sociedades secretas, de que tenho tido conhecimen¬to, são constituídas, em parte pelo menos, de incrédulos, isto é, de pessoas que não aceitaram a Jesus Cristo e nem entregaram a sua vontade a Deus. A luz deste mandamento expresso na Palavra de Deus, não percebo como um cristão continue como membro de¬las. Não estou afirmando que não haja cristãos entre os maçons; conheço muitos cristãos excelentes que foram membros de socie¬dades secretas; mas como puderam eles conciliar os dois interes¬ses é que eu não posso entender. Muitos continuaram como mem¬bros da Maçonaria e de ordens similares, simplesmente porque não estavam familiarizados com os ensinos da Palavra de Deus sobre o assunto.


"Além disso, as Sagradas Escrituras são mutiladas no ritual maçônico, em algumas sociedades secretas. O nome de Jesus Cristo é omitido nas passagens em que ocorre, a fim de não melindrar os judeus e os incrédulos. Como um cristão pode ser membro de uma sociedade, que manuseia fraudulentamente a Palavra de Deus, e acima de tudo, omite o nome de seu Senhor e Mestre, eu não pos¬so compreender.


"Ainda mais, juramentos, de caráter horrível, são exigidos em algumas lojas, e há cerimônias que são simplesmente caricaturas das verdades bíblicas, como por exemplo a cena de uma simulada ressurreição".




5.5. CHARLES HERALD


Charles Herald, por muitos anos pastor de uma Igreja Congregacional no Brooklin, Nova Iorque, disse o seguinte sobre a cumplicidade de alguns cristãos com a Maçonaria:


"É difícil criticar os melhores amigos e muitos dos meus per¬tencem a Sociedades Secretas. Embora não seja meu desejo julgá-los, considero-os como homens desviados. Posso apenas falar so¬bre a minha experiência atual com respeito a estas sociedades se¬cretas.


"Em primeiro lugar, vi uma igreja inteiramente arruinada em sua espiritualidade e em seu eficiente serviço cristão, porque o seu conselho se compunha principalmente de maçons e de homens pertencentes a outras ordens secretas.


"Em segundo lugar, vi crentes, às dezenas, tornarem-se mun¬danos e abandonarem a igreja, quando começaram a freqüentar regularmente as reuniões da Loja.


"Em terceiro lugar, eu ouvi dos lábios de dezenas mais, que a religião da Loja era suficientemente boa para eles. A Bíblia, como plano divino de salvação, é rejeitada e substituída pelo cartaz — "Nova Religião".

5.6. C. A. BLANCHARD


O doutor Blanchard foi um respeitado mestre cristão. Sobre a Maçonaria face à Igreja de Cristo, disse ele certa ocasião:


"Há três grandes inimigos da Igreja de Jesus Cristo neste mun¬do: o dragão, a besta e o falso profeta. O dragão é a velha serpente, o demônio; é Satanás. É também chamado o destruidor e o acusa¬dor. A besta, autoridade ímpia. Em Daniel e Apocalipse são feitas várias referências que justificam esta interpretação. Os estandar¬tes nas nações nunca trazem figuras de aves ou animais domésti¬cos, mas sempre representações de aves e animais de rapina. O falso profeta representa a religião sem Cristo. E uma personifica¬ção de todos aqueles sistemas de fé e prática, que têm ensinado que o homem pode justificar-se pelos seus próprios esforços. O seu característico distintivo é professar a Deus e ter esperança numa imortalidade abençoada, sem necessidade de arrependimento ou de sacrifício vicário.


"A Bíblia mostra a relação que estes três inimigos da Igreja mantêm entre si e a Igreja. O dragão anima a besta e o falso profe¬ta, e a besta carrega a prostituta e a mãe das prostitutas, isto é, os sistemas religiosos não-cristãos do mundo. O falso profeta guia a besta; Satanás, as nações ímpias, e os sistemas religiosos não-cris¬tãos procuram juntamente a destruição das almas, o aniquilamen-to da Igreja Cristã, tornando impossível o estabelecimento perma¬nente do Reino de Deus.


"As associações secretas, nos nossos dias, são as representa¬ções mais típicas destes três adversários que o mundo já conhe¬ceu. São despóticas e assassinas na sua atitude governamental; e, no seu caráter religioso, são anticristãs, falsas e hipócritas.


"Estou cada vez mais crente de que o Anticristo da Grande Tribulação será escolhido pelas lojas secretas do mundo. Não é preciso argumento para demonstrar qual a atitude que as organiza¬ções cristãs devem ter para com estes seres monstruosos."


5.7. JAMES M. GRAY


O reverendo Grey foi por muitos anos pastor da Igreja Moody, Deão do Instituto Bíblico Moody, escritor e teólogo de grande reputação. Sobre o tema: "A Loja - Uma Contrafação Espiritual", disse o seguinte:


"Há mais de 1.200 anos, Satanás tem tido uma igreja falsificada na Terra e somente bem poucos são capazes de distinguir os traços característicos da prostituta, dos traços da Esposa do Cordeiro. O espiritualismo, com as suas doutrinas diabólicas, os seus templos, os seus oráculos, e com os seus fenômenos misteriosos; o racionalismo, com a sua deificação dos poderes humanos, e a subs¬tituição da vida espiritual pelo intelectualismo; o romanismo, com a sua invocação de santos, a sua adoração de relíquias, os seus altares, a sua casta sacerdotal e tradições; todos estes são religiões falsas, que o príncipe das trevas faz circular no mundo como moe¬das legítimas.


"Faremos a devida distinção a quem se opuser à classifica¬ção do sistema maçônico nesta categoria. Notamos o caráter be¬nevolente do sistema, a moralidade dos seus ensinos, e a boa reputação de que gozam muitos dos seus membros. Sem estas coisas, a Maçonaria não podia ser classificada como impostora. Elas são o sine qua non para a sua circulação e o arqui-impostor é muito hábil para negligenciá-las. Mas, por outro lado, o sistema das ordens secretas, pelo menos a Maçonaria, tem a sua origem numa fonte paga, pois os seus símbolos, ritos e regras são os mesmos dos antigos mistérios do paganismo. Não adora o Deus das Escrituras, mas, sim, um 'ideal' da sua própria concepção. A Maçonaria tem os seus batismos e o seu novo nascimento, as suas orações e cerimônias, os seus castigos e recompensas. Os homens proclamam-na 'como uma igreja toda suficiente' para eles. Os cristãos maçônicos preferem as suas assembléias às reu¬niões de oração. As suas reivindicações são absurdas, quando não blasfemas; os seus métodos, em certos casos são fraudulen¬tos e os seus ensinamentos heréticos. As características essenci¬ais de todos os outros impostores encontram-se no sistema ma¬çônico, e, embora isto não seja remate de todos eles, contudo é tão perigoso como qualquer deles em sua tendência para roubar dos homens a sua herança clara e satisfatória, em Cristo, o seu único Salvador...


"Este testemunho não é escrito como remédio, mas como pre¬ventivo. Espero que ele possa despertar os crentes moços, levan¬do-os a investigar o sistema maçônico sob o ponto de vista bíblico e espiritual, antes de se tornarem corrompidos e confundidos por essa sociedade.


"Jesus Cristo disse: 'Se alguém me segue, meu Pai o honrará'. E difícil servir a Cristo em um sistema que proíbe pronunciar o seu nome na oração. Como consideramos a 'honra que vem so¬mente de Deus', separamo-nos de tudo o que oculta o genuíno e agradável serviço de Jesus Cristo".


5.8. O SALMISTA DAVI


"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conse¬lho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de água, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer pros¬perará. Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha que o vento espalha. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos; porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios con¬duz à ruína" (SI 1).











Seitas e Heresias - EVOLUCIONISMO

O EVOLUCIONISMO







A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, ou seja, que Deus criou cada criatura "conforme a sua espé¬cie" (Gn 1.24). Isto quer dizer que cada criatura, seja homem ou animal, foi criada como a conhecemos hoje.






I. A TEORIA EVOLUCIONISTA


No decorrer dos séculos, mais precisamente no século passa¬do e no atual, muitas vãs filosofias, falsos ensinos e teorias insus¬tentáveis têm procurado lançar dúvida sobre o relato bíblico da Criação.






1.1. CHARLES DARWIN


Entre as teorias que se têm insurgido contra a doutrina criacionista, destaca-se a da evolução, concebida e largamente di¬fundida pelo naturalista inglês Charles Darwin, que viveu entre 1809e 1889.


De dezembro de 1831 a outubro de 1836, Darwin viajou como naturalista a bordo do "Beagle", um navio de pesquisas, em expe¬dição científica. Ao longo dessa expedição visitou as ilhas do Cabo Verde e outras ilhas do Atlântico, e bem assim as costas da Améri¬ca do Sul, as ilhas Galapagos, perto do Equador, a Ilha Tarti, Nova Zelândia, Austrália, Tasmânia, a Ilha Keeling, as ilhas Falkland (Malvinas), as ilhas Mauricias, as ilhas de Santa Helena e Ascen¬são, e o Brasil.


Foi o estudo dos bancos de corais que de modo especial o interessou e o levou a formular a sua teoria da transmutação de espécies e a "seleção natural" pela qual ficou famoso.


Em novembro de 1859, Darwin publicou seu livro A Origem das Espécies, ou A preservação das raças favorecidas na luta pela vida. Desde então este livro veio a se tornar a Bíblia da causa evolucionista.


Não obstante Darwin, antes de morrer, tenha abandonado essa teoria por ele pregada ao longo de sua vida, ainda hoje ela é aceita e disseminada, principalmente nos círculos acadêmicos e universitários.






1.2. CONCEITO DA ORIGEM DO HOMEM


A teoria evolucionista tem como ponto de partida a afirmação de que o homem e os animais em geral procedem de um mesmo tronco, e que hoje, homem e animal são um somatório de mutações sofridas no decorrer de milênios. Em suma: o homem de hoje não é o homem do princípio. Desse conceito surgiu o ensino estúpido de que o homem de hoje é um macaco em estágio mais desenvolvido. E, para produzir maior confusão, a teoria da evolução coloca o iní¬cio da vida humana na Terra a milhões de anos antes do tempo indi¬cado pala Bíblia.






1.3. APENAS UMA TEORIA


É bom lembrar que, quando tratamos da evolução, estamos lidando com uma teoria, com suposições, e não com uma ciência.


Se você ler um compêndio sobre evolução, há de encontrar com muita freqüência chavões, tais como: "crê-se que...", "admite-se que...", "talvez...", "possivelmente...", "mais ou menos...", etc. As¬sim tão vulnerável e falha, conseqüentemente o sistema que ela advoga não há de subsistir diante do argumento das Escrituras (Gn 2.7).



De acordo com a Bíblia, o homem já foi feito homem. O cha¬mado "Homem de Neanderthal" ou o "Homem de Heidelberg" não têm em si nenhum elemento, por menor que seja, capaz de provar que o homem, no princípio, tivesse as características de um macaco encurvado. O africano de elevada estatura, o pigmeu, o asiático de nariz achatado, o negro com suas características distin¬tivas — todos são o resultado de variações comuns dentro da fa¬mília humana. Assim, também o homem da antigüidade variava de um para o outro, e também se diferenciava de nós, hoje em dia.






II. ARGUMENTOS CONTRA O EVOLUCIONISMO


O argumento bíblico, a partir do primeiro capítulo de Gênesis, é que a raça humana descende de um só casal, Adão e Eva (Gn 1.28), criado por Deus no princípio. A narrativa subseqüente ao capítulo 1 de Gênesis mostra claramente que as gerações que surgiram até o Dilúvio permaneceram em contínua relação ge¬nética com o primeiro casal, de maneira que a raça humana cons¬titui não somente uma unidade específica, uma unidade no senti¬do de que todos os homens participam da mesma natureza, mas também uma unidade genética e genealógica. Este fato é crista¬lino em Atos 17.26.


Muitos argumentos se somam em apoio à idéia bíblica da uni¬dade da raça humana, dentre os quais se destacam os seguintes:






2.1. ARGUMENTO TEOLÓGICO


Romanos 5.12,19 e 1 Coríntios 15.21,22 indicam a unidade orgânica da raça humana, tanto na primeira transgressão como na provisão de Deus para a salvação da raça humana na Pessoa de Jesus Cristo.






2.2. ARGUMENTO CIENTÍFICO


A ciência tem confirmado, de diferentes maneiras, o testemu¬nho da Escritura com respeito à unidade da raça humana. Eviden¬temente, nem todos os homens de ciência crêem nisso.


Por exemplo, os antigos gregos tinham teoria autoctonista, se¬gundo a qual os homens surgiram da Terra por meio de uma classe de gerações espontâneas. Como essa teoria não possuía fundamen¬tos sólidos, logo foi desacreditada. Agassis, por sua vez, propôs a teoria dos coadamitas, segundo a qual existiram diferentes centros de criação. No ano de 1655, Peirerius desenvolveu e defendeu a teoria preadamita, que tem como origem a suposição de que havia homens na Terra antes que Adão fosse criado. Esta teoria foi aceita e difundida por Winchell, que, ainda que não negasse a unidade da raça humana, contudo considerava Adão como o primeiro homem só da raça hebraica, em vez de cabeça de toda a raça humana.


Em anos mais recentes, Fleming, sem ser dogmático sobre o assunto, disse haver razões para se aceitar que houve raças infe¬riores ao homem antes da aparição de Adão no cenário mundial, pelos idos do ano 5500 a.C. Segundo Fleming, essas raças, não obstante inferiores aos adamitas, já tinham faculdades distintas dos animais, enquanto o homem adamita foi dotado de faculdades maiores e mais nobres, e provavelmente destinado a conduzir todo o restante da raça à lealdade ao Criador. Falhando Adão em con¬servar sua lealdade a Deus, Deus o proveu de um descendente, que, sendo homem, era muito mais do que homem, para cumprir aquilo que Adão não foi capaz de cumprir. Na verdade, Fleming nunca pôde oferecer provas da veracidade dessa sua teoria.






2.3. ARGUMENTO HISTÓRICO


As tradições mais antigas da raça humana apontam decidida¬mente para o fato de que os homens tiveram uma origem comum.


A história das migrações do homem, por exemplo, tendem a de¬monstrar que tem havido uma distribuição de populações primiti¬vas partindo de um só centro, isto é, de um mesmo lugar.






2.4. ARGUMENTO FILOLÓGICO


Os estudos feitos acerca das línguas da humanidade indicam que elas tiveram origem comum. Por exemplo, as línguas indo-germânicas encontram sua origem em uma língua primitivamente comum, na qual existem resquícios do sânscrito. Também há evi¬dências que demonstram que o antigo Egito é o elo entre as lín-guas indo-européias e as semíticas.






2.5. ARGUMENTO PSICOLÓGICO


A alma é a parte mais importante da natureza constitutiva do homem, e a psicologia revela claramente o fato de que as almas dos homens, sem distinção de tribo e nação a que pertençam, têm essencialmente as mesmas características. Possuem em comum os mesmos apetites, instintos e paixões, as mesmas tendências, e, sobretudo, as mesmas qualidades, as características que só exis¬tem no homem.






2.6. ARGUMENTO DA CIÊNCIA NATURAL


Os mestres de filosofia comparativa formulam juízo comum quanto ao fato de que a raça humana constitui-se numa só espécie, e que as diferenças entre as diversas famílias da humanidade são consideradas como variedades de uma espécie original. A ciência não afirma categoricamente que a raça humana procedeu de um só casal, mas a Palavra de Deus afirma isso com toda clareza em Atos 17.26.






2.7. A FORMAÇÃO DAS NAÇÕES


Das gerações anteriores ao Dilúvio, somente Noé, sua esposa, seus filhos Sem, Cão e Jafé e respectivas esposas escaparam e en¬cabeçaram as gerações pós-diluvianas.






2.7.1. OS DESCENDENTES DE SEM


Dos cinco filhos de Sem procederam os caldeus, que povoa¬ram a região marginal do Golfo Pérsico, parte sul e sudeste da Península Arábica, uma província ao oriente do rio Tigre e ao nor¬te do Golfo Pérsico, a Assíria, às margens do rio Tigre, sudeste da Ásia Menor, a Síria e o território ao lado do lago de Merom, ao norte da Galiléia.






2.7.2. OS DESCENDENTES DE CÃO


Os descendentes de Cão povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da costa oriental do mar Mediterrâneo, e do grande vale dos rios Tigre e Eufrates. Existe uma opinião de que alguns dos descendentes de Cão emigraram para a China e que de lá passaram para as Américas, através do estreito de Bering e do Alasca.






2.7.3. OS DESCENDENTES DE JAFÉ


De Jafé descenderam as raças arianas, ou indo-européias; os italianos, franceses, espanhóis, formando o povo latino. Seus des¬cendentes povoaram também a índia, Pérsia, Iugoslávia e a Áus¬tria. Dele descendem ainda os celtas, os alemães e os eslavos que emigraram para as ilhas Britânicas, Gales, Escócia e Irlanda. Al¬gumas das tribos germânicas emigraram para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha Ocidental, Bélgica e Suíça.






III. O HOMEM FOI CRIADO POR DEUS


A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem, harmônicos entre si. Ambos estão em Gênesis 1.26,27 e 2.7. Par¬tindo desses textos e de todo o contexto que trata da obra da cria¬ção, conclui-se que:


3.1. A CRIAÇÃO DO HOMEM FOI PRECEDIDA POR UM SOLENE CONSELHO DIVINO


Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto divino quanto a essa criação, nas seguintes palavras: "Façamos o homem à nossa ima¬gem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).


A Igreja geralmente tem aceitado o verbo façamos, no plural, para provar a autenticidade da doutrina da Trindade. Alguns eru¬ditos, porém, são de opinião que esta palavra expressa o plural majestático; outros a tomam como plural de comunicação, no qual Deus inclui os anjos em diálogo com Ele; e outros a consideram como o plural de auto-exortação. Tem-se verificado, porém, que estas três últimas opiniões são contrárias àquilo que pensam e ex¬pressam os pensadores e teólogos mais conservadores. Esses, como a Igreja, crêem que o plural façamos é uma alusão direta à Trinda¬de Divina em conselho para a formação do homem.






3.2. A CRIAÇÃO DO HOMEM É UM ATO IMEDIATO DE DEUS


Algumas das expressões usadas no relato da criação do ho¬mem mostram que isso aconteceu de uma forma imediata, ao con¬trário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da criação em geral. Por exemplo, leia Gênesis 1.11,20 e compare com Gênesis 1.27.


Qualquer indício de mediação na obra da criação que se acha contida nas primeiras declarações, referentes à criação das aves dos céus e dos seres marinhos, inexiste na declaração da criação do homem. Isto é, Deus planejou a criação do homem, levando-a a efeito imediatamente. Note que isto é contrário ao que ensina o evolucionismo, que o homem é o resultado de uma série de trans¬formações de outros elementos.






3.3. O HOMEM FOI CRIADO SEGUNDO UM TIPO DIVINO


Com respeito aos demais seres vivos, lemos que Deus os criou 'segundo a sua espécie". Isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim. Pelo contrário, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação.






3.4. Os ELEMENTOS DA NATUREZA HUMANA SE DISTINGUEM


Em Gênesis 2.7, vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma, elemento espiritual do homem. O corpo foi formado do pó da terra, material preexistente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o uso de material preexistente, mas sim a formação de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que Deus soprou nas nari¬nas do homem, e "o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7).






3.4.1. O ESPÍRITO DO HOMEM


O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto a alma possui essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. As¬sim, a alma é o espírito encarnado. A alma sobrevive à morte por¬que o espírito a dota de capacidade; por isso alma e espírito são inseparáveis.






3.4.2. A ALMA DO HOMEM


A alma é a entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele (Ap 6.9).






3.4.3. O CORPO DO HOMEM


Dos três elementos que formam o ser humano, o corpo é aquele sobre o qual a Bíblia menos fala. Sabe-se, no entanto, que o corpo humano é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do espírito (2 Co 5.1-4; 1 Co 6.9). Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo visível e material. O corpo é o órgão dos sentidos e o laço que une o espírito ao universo material.


Os filósofos pagãos falavam do corpo com desprezo, e consideravam-no um empecilho ao aperfeiçoamento da alma, pelo que almejavam o dia quando a alma estaria livre de suas complicadas roupagens. Porém as Escrituras tratam do corpo do homem como uma obra de Deus, o qual deve ser apresentado como oferta a Deus (Rm 12.1). O corpo dos salvos alcançará a sua maior glória na ressurreição, na vinda de Jesus (Jo 19.25-27; 1 Co 15; 1 Jo 3.2).






IV. O HOMEM, IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS


Um dos ensinos cardeais da Bíblia é que o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus, para obedecer-lhe, amá-lo, e se¬gui-lo. Vestígios desta verdade encontram-se nos escritos de gran¬des vultos, até mesmo da literatura gentílica.






4.1. HOMEM, UMA DEFINIÇÃO


"Homem" vem do latim homo, palavra que, segundo opinião de alguns filólogos, vem de húmus (terra). No hebraico, língua original do Antigo Testamento, adam, nome dado ao primeiro ho¬mem, Adão, é traduzido por "aquele que tirou sua vida da adamah", da terra.


Em abril de 1985, a professora Lélia Coyne, pesquisadora da NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos) e docente da Uni¬versidade de San José, na Califórnia, surpreendeu o mundo científi¬co com a afirmação da descoberta de que a vida humana na Terra começou em estratos de uma argila muito fina e branca, o caulim, usado na indústria como branqueador de papel e isolante térmico. "Avançamos muito nesse terreno", disse a pesquisadora. "Falta-nos ainda a prova definitiva, mas já conseguimos o bastante para saber que estamos no caminho certo", acrescentou a doutora Coyne. "Se tivesse de apostar uma resposta ficaria com a teoria da argila", es¬creveu o astrônomo americano Carl Sagan, autor do "best-seller" Cosmos. "A argila pode ser comparada a uma fábrica de vida", acres¬centou em Glasgow, na Escócia, o bioquímico Graham Cairns-Smith.


Aquilo que para os cientistas e pesquisadores, mesmo os mais moderados, ainda é uma incerteza, para o crente, na Bíblia, é ple¬na certeza. O homem foi formado do pó da terra (Gn 2.7).






4.2.0 HOMEM, IMAGEM DE DEUS


O termo "imagem de Deus" relacionado ao homem, fala da indelével constituição do homem como um ser racional, e como um ser moralmente responsável. A imagem natural de Deus gra¬vada no homem consiste nos seguintes elementos: o poder de mo¬vimento próprio, o entendimento, a vontade e a liberdade. Neste particular está a diferença marcante entre o homem e os animais irracionais.


O primeiro ponto de distinção entre o homem, como imagem de Deus, e os animais irracionais é a consciência própria. Das cri¬aturas terrenas só o homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento, e isto o faz consciente da sua própria personalidade. A faculdade que ele tem de proferir o pronome EU abre um abis-mo intransponível entre ele e os animais irracionais. Nenhum ani¬mal, mesmo o macaco, jamais pronunciou EU, e a razão é que eles não têm consciência própria.


Como imagem de Deus que é, o homem se distingue dos irra¬cionais ainda no seguinte:


a. pelo poder de pensar em coisas abstratas;


b. pela lei moral que se evidencia no seu comportamento em busca de uma perfeição maior;


c. pela natureza religiosa que, em potencial, existe em cada ser humano;


d. pela capacidade de fixar um alvo maior a ser alcançado no tempo e na eternidade;


e. pela consciência da intensidade da vida humana;


f. pela multiplicidade das atividades humanas, que, conjuntas, somam o bem comum daquele que as desenvolve.






4.3.0 HOMEM, SEMELHANÇA DE DEUS


Intelectualmente, o homem assemelha-se a Deus, porque, se não houvesse essa conformidade mental, seria impossível a comunicação de um com o outro, e o homem não poderia receber a revelação de Deus. Esta semelhança está grandemente prejudica¬da por causa do pecado. O simples fato de Deus se manifestar ao homem prova que o homem pode receber e compreender esta manifestação.


Há ainda a semelhança moral, porque assim foi o homem criado por Deus. Essa semelhança consiste nas qualidades mo¬rais inerentes ao caráter de Deus. Eclesiastes 7.29 diz que "Deus fez o homem reto..." Isto quer dizer que o homem foi criado bom e dotado de relativa justiça. Todas as suas tendências eram boas. Todos os sentimentos do seu coração inclinavam-se para Deus, e nisto consistia a sua semelhança moral com o Criador. Devido ao pecado, a semelhança moral entre Deus e o homem enfraque¬ceu mais e mais. Por isso Cristo morreu, com o propósito de restaurar esta semelhança entre o homem e Deus, o que começa a partir da conversão.


Como ficou patente, o evolucionismo é uma teoria inspirada no inferno, com o propósito de desacreditar as Escrituras, princi¬palmente no que diz respeito à criação como um ato soberano de Deus. Porém, o crente arraigado na Bíblia Sagrada, e não em teo¬rias humanas, pela fé entende "que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.2).

FONTE: SEITAS E HERESIAS / RAIMUNDO DE OLIVEIRA.






















Seitas e Heresias - MORMONISMO

O MORMONISMO



A história do mormonismo tem início com a pessoa de Joseph Smith, nascido a 23 de dezembro de 1805, no Condado de Windsor, Estado de Vermont, nos Estados Unidos.



I. UM RESUMO HISTÓRICO DO MORMONISMO

Para melhor compreender a história do mormonismo, torna-se necessário estudá-la partindo da sua base, isto é, da vida de Joseph Smith, o fundador da seita.



1.1. A PRIMEIRA VISÃO DE SMITH

Joseph Smith tinha mais ou menos dez anos de idade quando, com seus pais, mudou-se para Palmyra, no Condado de Ontário (atual Wayne), no Estado de Nova Iorque. Quatro anos após, mu¬dou-se novamente, agora para Manchester, também no Condado de Ontário.

Foi criado na ignorância, pobreza e superstição. Ainda moço, decepcionou-se com as igrejas que conhecera. Foi nesse tempo que diz ter recebido a sua primeira visão, segundo a qual aparece¬ram-lhe o Pai e o Filho, denunciando a falsidade de todas as igre¬jas, com as seguintes palavras: "Eles se chegam a mim com os seus lábios, mas seus corações estão longe de mim; eles ensinam mandamentos dos homens como doutrina, tendo aparência de san¬tidade, mas negando o meu poder" (O Testemunho do Profeta Joseph Smith, p. 4).



1.2. A SEGUNDA VISÃO DE SMITH

De acordo com a relato do próprio Smith, apareceu-lhe o "anjo" Moroni, que, segundo fez crer, havia vivido naquela mesma re¬gião há uns 1400 anos. Mórmon, o pai de Moroni, um profeta, havia gravado a história do seu povo em placas de ouro. Quando estavam a ponto de serem exterminados por seus inimigos, Moroni teria enterrado essas placas ao pé de um monte próximo do local onde hoje é Palmyra. Nessa visão, Moroni teria indicado a Joseph Smith o lugar onde as placas foram escondidas, e emprestou-lhe umas pedras especiais, um certo tipo de lentes, chamadas "Urim" e "Tumim", com as quais Joseph Smith poderia decifrar e traduzir os dizeres dessas placas.

Depois de conseguir as placas de ouro e as lentes, Smith, sen¬tado por trás de uma cortina, teria ditado a um amigo a tradução do que estava escrito nas placas. Depois devolveu as placas e as lentes a Moroni. Uma vez traduzida, a obra foi publicada pela pri¬meira vez em 1829, recebendo o título de O Livro de Mórmon.



1.3. FUNDAÇÃO DA IGREJA MÓRMON

Joseph Smith cedo encontrou quem o aceitasse como profeta, pelo que fundou a "Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". Desde então, ficou estabelecido como um princípio doutri¬nário que esta era a única igreja verdadeira, e que fora dela não havia outro meio de salvação para o homem.

Uma série de "revelações" de Joseph Smith foi desenvolven¬do a doutrina dessa igreja, transformando-a, através dos anos, numa forma de politeísmo. Os crentes deveriam edificar uma teocracia, isto é, teriam o assessoramento de doze apóstolos. As pretensões de domínio de Smith eram tão elevadas que ele chegou a lançar-se candidato à presidência dos Estados Unidos.

Smith e seus seguidores sofriam não poucas perseguições, ra¬zão por que eram levados a peregrinar de um a outro ponto da América, procurando onde estabelecer uma colônia e fundar o rei¬no de Deus. Encontraram acolhida em Illinois, onde erigiram a cidade de Nauvoo. Ali, acusado de grosseira imoralidade e falsifi¬cação, Smith foi preso, e uma turba enfurecida invadiu a cadeia e, a tiros, matou Smith e seu irmão, Hyrum.



1.4. A DIVISÃO DA IGREJA MÓRMON

Depois da morte de Joseph Smith, sua igreja se dividiu. A primeira facção seguiu a liderança de Brigham Young, fiel discí¬pulo do "profeta" Smith. Como ainda eram muitas as persegui¬ções que sofriam nessa época, Young e aqueles a quem liderava, após penosa peregrinação, em julho de 1847, chegaram ao Estado de Utah, na época território mexicano não ocupado, e, ali, onde hoje é a cidade de Salt Lake City, fundaram a sede da igreja, uma espécie de quartel-general, de onde o mundo seria alcançado pe¬los apóstolos do mormonismo.

A maioria, no entanto, decidiu ficar sob a liderança de um filho de Joseph Smith, e separou-se dos demais, permanecendo no Estado de Missouri. Reorganizaram a igreja e estabeleceram sua sede em Independence, Missouri. Chamaram-na "Igreja Reorga¬nizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias". Esta igreja tem prosperado e ainda permanece, embora seja menor que a de Utah.

Das várias facções que surgiram depois da morte de Joseph Smith, outra digna de menção é a "Igreja de Cristo do Lote do

Templo", com sede em Bloomington, Estado de Illinóis. Segundo as "revelações" recebidas por alguns líderes dessa facção, conven¬ceram-se de que Sião, o lugar do regresso de Cristo à Terra, está em Bloomington, e não em Israel. Crêem que Ele terá o seu tem¬plo em certo lote da área onde está a sede dessa igreja.



II. O LIVRO DE MÓRMON

Cabe-nos perguntar: O Livro de Mórmon é também a Palavra de Deus? Tem ele o significado e o valor que os mórmons dizem ter? A resposta a ambas as perguntas é: NÃO!



2.1. O QUE É O LIVRO DE MÓRMON

A primeira edição de O Livro de Mórmon para o português apareceu no ano de 1938, e, até o ano de 1975, já haviam sido impressas seis edições. O Livro de Mórmon compõe-se de 15 li¬vros, divididos em capítulos e versículos, tal como a Bíblia Sagra¬da. Os seus livros estão dispostos da seguinte maneira:

Nome do Livro Capítulos Versículos

1º Livro de Nefi 22 618

2º Livro de Nefi 33 779

Livro de Jacó 7 203

Livro de Ênos 1 27

Livro de Jarom 1 15

Livro de Omni 1 30

As Palavras de Mórmon 1 18

Livro de Mosiah 29 786

Livro de Alma 63 1943

Livro de Helamã 16 497

3a Livro de Nefi 30 765

4a Livro de Nefi 1 49

Livro de Mórmon 9 227

Livro de Éter 15 433

Livro de Moroni 10 167



No seu todo, O Livro de Mórmon soma um total de 239 capí¬tulos e 6553 versículos. Nele são encontrados capítulos inteiros da Bíblia. Por exemplo: Ia Nefi 20 é igual a Isaías 48; 2a Nefi 12 e 24 são iguais a Isaías 2 e 14; 3a Nefi 24 é igual a Malaquias 3; 3a Nefi 12 e 14 são iguais a Mateus 5 e 7; Moroni 10.7-20 é igual a 1 Coríntios 12.

Não obstante O Livro de Mórmon conter muito da Bíblia Sa¬grada, ele a condena como um livro mutilado e cheio de erros, que Satanás usa para escravizar os homens. Isto é dito textualmente em Ia Nefi 13.28,29 e 2a Nefi 29.3,6.



2.2. TESTEMUNHOS CONTRA O LIVRO DE MÓRMON

São muitíssimas as provas de que O Livro de Mórmon é obra de homem e não a Palavra de Deus. Dentre essas provas desta¬cam-se as seguintes:



• A opinião mais comum entre os estudiosos do mormonismo é que o conteúdo de O Livro de Mórmon, em grande parte, foi tomado de um romance de Salomão Spaulding, um pastor presbiteriano aposentado, que escreveu uma história fictícia dos primeiros habitantes da América.

• As descobertas arqueológicas e os estudos históricos pro¬vam que os primeiros habitantes da região indicada em O Livro de Mórmon eram muito diferentes da descrição que ele dá quanto aos costumes, nomes, caráter e línguas.

• O Livro de Mórmon contém mais ou menos 10.000 citações diretas da versão da Bíblia inglesa "King James", publicada pela primeira vez em 1611.

• O livro pretende ser a tradução de placas de ouro enterradas desde o ano 420 até 1823, contudo cita com precisão capítulos inteiros de uma Bíblia publicada em 1611. Isso é simplesmente inconcebível!

• O livro foi escrito em uma linguagem paupérrima, porém, quando cita a Bíblia (o profeta Isaías, por exemplo), mostra erudição de linguagem, mais uma prova de que esses textos foram copi¬ados diretamente da Bíblia.

• O Livro de Mórmon põe na boca de personagens que vive¬ram séculos antes de Cristo, palavras que a Bíblia atribui a nosso Senhor; ou põe na boca do Senhor palavras que só poderiam sair da boca de um bastardo e inculto.

• É estranho que Joseph Smith não mostrasse as placas de ouro a ninguém mais, além das três testemunhas abaixo, para que o seu testemunho fosse confirmado.

• Oliver Cowdery, David Whitner e Martins Harris são citados em O Testemunho do Profeta Joseph Smith como tendo visto as placas de ouro de onde Smith teria traduzido O Livro de Mórmon. O próprio Smith os chama depois de "ladrões e mentirosos, dema¬siadamente maus para serem mencionados" (Smith, History of the Church, vol. IV, p. 461).

• Para tão volumoso conteúdo de O Livro de Mórmon, as pla¬cas de ouro que Joseph Smith descreveu requeriam um trabalho microscópico ou algo miraculoso.

• Os muitos erros gramaticais e de conteúdo de O Livro de Mórmon o fazem obra de homem e não Palavra de Deus.



III. O "PROFETA" JOSEPH SMITH

Como o caráter de qualquer movimento ou religião é, de certa forma, um segmento do caráter do seu fundador, torna-se evidente que quanto mais conhecermos a respeito de Joseph Smith, melhor conheceremos o mormonismo, também chamado "A Igreja de Je¬sus Cristo dos Santos dos Últimos Dias".

Foi Joseph Smith um profeta de Deus? Ou foi ele um falso profeta? A resposta a esta pergunta se acha na Bíblia Sagrada.



3.1. COMO JULGAR UM PROFETA

Deus mesmo nos dá o critério para julgar um profeta, procu¬rando saber quando ele fala da parte do Senhor ou fala de si mes¬mo; quando ele é um verdadeiro ou um falso profeta. Diz Deus:

"O profeta que presumir falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se disseres no teu coração: 'Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou?' Sabe que quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir nem suceder como profetizou, esta é a palavra que o Se¬nhor não disse; com soberba a falou o tal profeta: não tenhas te¬mor dele... Quando um profeta ou sonhador se levantar no meio de ti, e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou pro¬dígio, de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador" (Dt 18.20-22; 13.1-3).

A prova do falso profeta tanto era razoável como natural, e consistia no seguinte: 1) Se a palavra proferida não se cumprir; ou 2) Se a palavra se cumprir, mas o profeta, prevalecendo-se disto, conduzir as pessoas a se afastarem do verdadeiro Deus e a segui¬rem outros deuses.



3.2. PROFECIAS DE JOSEPH SMITH

Vamos mostrar algumas das "profecias" de Joseph Smith que não suportaram o rigor e o crivo da exatidão divina:



3.2.1. A NOVA JERUSALÉM E SEU TEMPLO

Smith profetizou que a Nova Jerusalém e o seu templo devem ser erigidos no Estado de Missouri, nos Estados Unidos, nesta geração (Doutrina e Pactos, seção 84.1-5).

Ratificando esta absurda profecia, Orson Pratt, apóstolo do mormonismo, declarou efusivamente: "Os Santos dos Últimos Dias esperam o cumprimento desta profecia durante a geração em existência, em 1832, assim como esperam que o sol nasça e se ponha amanhã. — Por quê? — Porque Deus não pode mentir. Ele cumprirá todas as suas promessas" (Revista de Discursos, vol. IX, p. 71).



3.2.2. A CASA EM NAUVOO

Smith profetizou que sua casa em Nauvoo haveria de perma¬necer e pertencer à sua família para sempre (Doutrina e Pactos, Seção 124.56-60). Porém, após sua morte, os mórmons deixaram a cidade e sua casa não pertence a nenhum dos seus familiares.



3.2.3. Os INIMIGOS

Aplicou a si próprio o texto de 2Q Nefi 3.14, dizendo que os seus inimigos seriam confundidos e destruídos ao procurarem des¬truí-lo. No entanto, ele foi morto à bala na prisão de Cartthage, em Illinóis, no dia 27 de junho de 1844.



3.2.4. O NASCIMENTO DE JESUS

Falou que Jesus devia nascer em "Jerusalém", que é a terra de nossos antepassados (Alma 7.10), quando a Bíblia diz que Jesus nasceria em Belém da Judéia (Mq 5.2), profecia que se cumpriu fielmente (Mt 2.1).



3.2.5. A VINDA DO SENHOR

Em 1835, profetizou: "a vinda do Senhor está próxima... até mesmo cinqüenta e seis anos deviam terminar a cena" (History of the Church, vol. II, p. 182).



3.2.6. Os "HABITANTES DA LUA"

Smith predisse que "os habitantes da lua têm tamanho mais uniforme que os habitantes da Terra, têm cerca de 1,83m de altura. Vestem-se muito à moda dos quacres, e seu estilo é muito geral, com quase um só tipo de moda. Têm vida longa, chegando geral¬mente a quase mil anos" (Revista de Oliver B. Huntinton, vol. II, p. 166).

Evidentemente, Smith jamais sonhara que algum dia o ho¬mem chegaria à lua, e verificaria que lá não há nenhum tipo de vida.



IV. PRINCIPAIS DOUTRINAS DO MORMONISMO

Como as demais seitas estudadas ao longo deste livro, o mormonismo também possui suas doutrinas exóticas e anti-bíblicas, como é mostrado a seguir.



4.1. REGRAS DE FÉ DO MORMONISMO

O próprio Joseph Smith, fundador do mormonismo, escreveu aquilo que até hoje é aceito como "Regras de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias", as quais se seguem:

• Cremos em Deus, o Pai Eterno, e no seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito Santo.

• Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados e não pela transgressão de Adão.

• Cremos que, por meio do sacrifício expiatório de Cristo, toda a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e regras do Evangelho.

• Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evange¬lho são: primeiro, fé no Senhor Jesus Cristo; segundo, arrependi¬mento; terceiro, batismo por imersão, para remissão dos nossos pe¬cados; quarto, imposição das mãos para o dom do Espírito Santo.

• Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia e por imposição de mãos por quem possua autoridade para pregar o Evangelho e administrar ordenanças.

• Cremos na mesma organização existente na igreja primitiva, isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc.

• Cremos no dom de línguas, na profecia, na revelação, nas visões, na cura, na interpretação de línguas, etc.

• Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, quando for correta a sua tradução; cremos também ser O Livro de Mórmon a Palavra de Deus.

• Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Ele revela agora, e cremos que Ele ainda revelará muitas grandes e importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.

• Cremos na coligação literal de Sião, na restauração das Dez Tribos; que Sião será construída neste continente (o norte-ameri¬cano); que Cristo reinará pessoalmente sobre a Terra, a qual será renovada e receberá a sua glória paradisíaca.

• Pretendemos ter o privilégio de adorar a Deus, o Todo-Poderoso, de acordo com os ditames da nossa consciência, e concede¬mos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar, como ou o que quiserem.

• Cremos na submissão aos reis, presidentes, governadores e magistrados, como também na obediência, honra e manutenção da lei.

• Cremos ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens. Na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo. Cremos em todas as coisas e confiamos na capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável e louvável, nós a procuraremos.



4.2. DESTRUINDO SOFISMAS

Tem assustado a muitos cristãos sinceros o fato de haver gran¬de semelhança entre determinados pontos deste credo mórmon e a crença bíblica por eles esposada. Vem ao caso indagar: "Isto signi¬fica que os mórmons comungam dos mesmos princípios espiritu¬ais que o Cristianismo autêntico aceita como doutrina bíblica?" A resposta é: NÃO! Como a sinceridade de uma crença não estabe¬lece a sua veracidade, é muito fácil mostrar que, na teoria, o mormonismo diz crer no que o verdadeiro cristão crê; enquanto, na prática, as suas doutrinas se mostram pura heresia. Se não, vejamos:

a. O Deus e o Cristo do mormonismo não são os mesmos re¬velados na Bíblia.

b. Na doutrina mórmon a pena do pecado é muito diferente da mostrada nas Escrituras.

c. A obra expiatória de Cristo tem significado bem diferente para o mormonismo.

d. Ainda que admita crer nos "princípios e ordenanças do Evan¬gelho", o mormonismo os faz monopólio próprio.

e. A vocação ministerial só é legítima quando evidenciada por parte dos mórmons — dizem.

f. A Igreja Cristã fracassou, pelo que o mormonismo com toda a sua hierarquia, é hoje o único representante da verdadeira Igreja — afirmam.

g. As operações do Espírito, conforme crê o mormonismo, nada têm a ver com aquelas manifestações tratadas no Novo Tes¬tamento.

h. A Bíblia é um livro imperfeito, precisando ser suplementada pelo O Livro de Mórmon, Doutrina e Pactos, e A Pérola de Grande Preço — alegam.

i. A crença mórmon na revelação progressiva de Deus objeti¬va estabelecer a canonicidade de O Livro de Mórmon, bem como das chamadas "revelações" de Joseph Smith.

j. O mormonismo crê que, na manifestação de Cristo, a Amé¬rica do Norte, e não Israel, será a sede do seu governo milenar.

l. Enquanto admite crer nas autoridades constituídas, o mormonismo praticamente nega obediência ao único e verdadeiro Deus.



4.3. OUTRAS HERESIAS DA DOUTRINA MÓRMON

Dado o grande volume de doutrinas defendidas pelo mormonismo, dentre outras, atente para as seguintes:



4.3.1. ACERCA DA BÍBLIA

"A Bíblia é a Palavra de Deus, escrita pelos homens. E básica no ensino mórmon. Mas os santos dos últimos dias reconhecem que se introduziram erros nesta obra sagrada, devido à forma como este livro chegou a nós. Além do mais, consideram-na incompleta como um guia...

"Suplementando-a, os santos dos últimos dias possuem três outros livros. Estes, como a Bíblia, constituem as obras-padrão da Igreja. São conhecidos como O Livro de Mórmon, Doutrina e Pac¬tos, e A Pérola de Grande Preço" (Quem São os Mórmons?, p. 11).



4.3.2. ACERCA DE DEUS

"Agora ouvi, ó habitantes da terra, judeus e gentios, santos e pecadores! Quando nosso pai chegou ao jardim do Éden, entrou nele com um corpo celestial, e trouxe consigo Eva, uma de suas esposas. Ele ajudou a organizar o mundo. Ele é Miguel, o Arcanjo, o Ancião de Dias! acerca de quem santos homens têm escrito e falado — ele é o nosso pai e nosso Deus, e o único Deus com quem devemos lidar" (Brigham Young, Revista de Discursos, vol. Lpp. 50,51).



4.3.3. ACERCA DE JESUS CRISTO

"Ele não foi gerado pelo Espírito Santo..." (Revista de Discur¬sos, 1-50).

"Jesus Cristo foi polígamo: Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, eram suas esposas pluralistas, e Maria Madalena era outra. Tam¬bém a festa nupcial de Cana da Galiléia, onde Jesus transformou água em vinho, realizou-se por ocasião de um dos seus casamen¬tos" (Brigham Young, Wife nfl 19, 384).



4.3.4. ACERCA DA IGREJA

"É evidente que a Igreja foi literalmente expulsa da Terra; nos primeiros dez séculos que seguiram logo após o ministério de Cris¬to, a autoridade do sacerdote foi perdida entre os homens, e ne¬nhum poder humano poderia restaurá-la. Mas o Senhor, em sua misericórdia, providenciou o restabelecimento de sua Igreja nos últimos dias, e pela última vez... Foi já demonstrado que essa res¬tauração foi efetuada pelo Senhor através do Profeta Joseph Smith" {Mediação e Expiação, pp. 170, 171, 178).



4.3.5. ACERCA DO BATISMO PELOS MORTOS

"Temos aqui [Hebreus 6.1,2] a explicação de como as portas de sua prisão poderão ser abertas e eles postos em liberdade; pela crença do Evangelho, através do batismo pelos mortos. Os que ainda estão na carne fazem trabalho vicário para os seus mortos, e, assim tornam-se salvadores do monte Sião" (O Plano de Salva¬ção, p. 32).



4.3.6. ACERCA DO MATRIMÔNIO

"O matrimônio, na teologia mórmon, é um contrato sagrado, ordenado divinamente. Sob a autoridade do sacerdote, um homem e uma mulher são casados não somente para essa vida como mari¬dos e esposas legais, mas também para a eternidade" (Quem São os Mórmons?, p. 13).



4.3.7. ACERCA DO CASTIGO ETERNO

"Não devemos dar uma interpretação particular a este termo; procuraremos entender corretamente o seu significado.

"Castigo eterno é o castigo de Deus; sem fim é a punição de Deus; ou, em outras palavras, é o nome da punição que Deus infli¬ge, sendo ele eterno em sua natureza.

"Por isso, todos aqueles que recebem castigo de Deus, rece¬bem um castigo eterno, dure este uma hora, um dia, uma semana, um ano ou uma era" (O Plano da Salvação, p. 35).



4.4. REFUTAÇÃO A ESSAS DOUTRINAS FALSAS

O árbitro maior da fé cristã não é a teologia seca e morta, nem as alegadas "visões" de homens, sejam eles quem forem, mas a Bíblia Sagrada. E é à luz dos seus ensinos que as crenças do mormonismo são refutadas, como é mostrado a seguir.



4.4.1. A BÍBLIA

A Bíblia Sagrada fala de si mesma, como:

• O livro dos séculos (SI 119.89; 1 Pe 1.25).

• Divinamente inspirada (Jr 36.2; 2Tm 3.16; 2 Pe 1.21).

• Poderosa em sua influência (Jr 5.14; Rm 1.16; Ef 6.17; Hb4.12).

• Absolutamente digna de confiança (1 Rs 8.56; Mt 5.18; Lc 21.33).

• Pura (SI 19.8).

• Santa, justa e boa (Rm 7.12).

• Perfeita (SI 19.7; Rm 12.2).

• Verdadeira (SI 119.142).

Os escritos mais antigos dos Pais da Igreja, apoiados pelas mais recentes descobertas arqueológicas, provam que a Bíblia é um livro inalterável em conteúdo literário e doutrinário.



4.4.2. DEUS

• Deus e Adão são pessoas distintas. Deus é o Criador (Gn 1.26), enquanto Adão é criatura de Deus (Gn 1.27).

• Deus não é homem (Nm 23.19).

• Deus é Espírito (Jo 4.24).

• Deus é imutável (Ml 3.6).

• Deus é eterno (SI 102.26,27).



4.4.3. JESUS CRISTO

• Jesus Cristo foi gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc 1.35).

• Dizer que Jesus era casado, e que as Bodas de Cana da Galiléia foi a festa do seu próprio casamento, demonstra ignorância quanto à exegese de João 2.2. Muito mais que isto, constitui-se num abo¬minável ultraje à Pessoa do Salvador Jesus Cristo.



4.4.4. A IGREJA

• A Igreja foi estabelecida por Jesus (Mt 16.18).

• A Igreja está fundamentada em Jesus (Mt 16.16,18).

• A Igreja é vitoriosa sobre o inferno pelo poder de Jesus (Mt 16.18).

• A Igreja será salva da Grande Tribulação pelo poder de Jesus (Ap3.10).

• A Igreja será glorificada por Jesus (Ef 5.25-27).

É evidente que, durante séculos, a Igreja tem sofrido a perse¬guição dos poderosos e a rejeição dos arrogantes, contudo, tem brilhado e triunfado.



4.4.5. O BATISMO PELOS MORTOS

• Não há nenhuma referência na Bíblia, nem na história eclesi¬ástica, quanto ao batismo pelos mortos, como uma prática da Igreja.

• A ênfase de Paulo em 1 Coríntios 15.29,30 é sobre a ressur¬reição dos mortos, e não sobre o batismo pelos mortos. A referên¬cia de Paulo a esse batismo praticado pelo paganismo é feita como represália àqueles que, a despeito de ensinarem a validade desse batismo, negavam a possibilidade da ressurreição.



4.4.6. O MATRIMÔNIO

• Não obstante constituído por Deus, o matrimônio não chega a ser um sacramento divino.

• Os ressuscitados serão como os anjos, não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30).



4.4.7. O CASTIGO ETERNO

• Se a interpretação mórmon quanto ao castigo dos ímpios é correta, então o gozo dos salvos não será eterno no verdadeiro sentido da palavra. Assim sendo, como explicar passagens como João 6.51; 1 João 2.17 e Mateus 25.46?

FONTE: SEITAS E HERESIAS / RAIMUNDO DE OLIVEIRA